terça-feira, 23 de outubro de 2012




Atenção! 

Quadrinhos de rasgar a alma com flores! 
A revista K-ótica estreia seu blog, com histórias adultas!

Não percam o encontro digital entre horror, 
poesia e almas intempestivas!


A FELIZ CONDENAÇÃO AO CAOS!


Por Marcos Guerra, Artista Visual, Poeta e Quadrinista



      Os Quadrinhos, além de serem adaptados em Ópera, Teatro, Animações e Filmes de orçamento milionário, passam o resto do tempo sendo subestimados pelo que sobra do mundo. No entanto, no cerne da correnteza, sempre há aqueles que nadam contra a maré. Neste caso, desafiando o lugar-comum dos clichês de “coisa de criança” ou o “pontapé para se aprender a ler”, que são  projetados à Mídia.

        Sempre foi com esse tipo de linguagem que me identifiquei. Onde notei que o desenho, como expressão, alcançava um nível diferenciado de linguagem, atravessando o árido terreno de seus quadros sem movimento para mil hipóteses de ilusões poético-visuais! No entanto, entre um mergulho e outro, pesquisando outras mídias, acabei me afogando nos Quadrinhos mesmo foi em 2005. Inventei minha série de tiras, e mais tarde, senti-me atraído ao gênero conhecido como “Adulto”, fundado pelo Selo Vertigo nos anos 80.
Acontece que, melhor do que descobrir um vício, é ter com quem compartilhá-lo! Com um grupo de outros artistas, comecei a produzir histórias próprias. Em 2009 publicamos nosso primeiro encarte digital. Estou falando da Revista K-ótica, é claro!  Bimestralmente a distribuímos, gratuita, independente, e online; e pelo que sei, com leitores em todo o Brasil! Ah, mas permitam-me dizer que nossas influências não são nem Turma da Mônica (que eu adoro, mas como leitor) nem Super-heróis (que eu adoro, mas como leitor) e nem Mangá (adivinha?)! Permitam-me dizer que fazemos “outra coisa”.


       Claro, a audácia do estilo próprio deve estar presente em toda manifestação artística, e cremos nesse pormenor diferencial: Mas você já viu quantas “outras coisas” têm por aí? Idéias novas estão escassas! É mais barato apostar nas velhas! A verdade decrépita de que o público é avesso a inovações repercute como uma bomba para um jovem autor! A alienação de seus leitores é a morte de uma boa publicação...

        Porém, não é a morte de sua idéia!  Cito como exemplo, nossa nova série: “Condenável”, a ser lançada ainda este ano. Trata-se de criação minha e do colega Artista Visual Paulo Sérgio, cujas páginas estão ao redor desse texto. Nessa aventura de horror histórico, não nos interessa entreter com um misto de violência e sexo! Temos algo mais a dizer além do repertório da novela das onze! Nossa narrativa expõe as falas de forma quase recitativa, e de suas “palavras-imagens”, emergem informações, surpresa, mas também poesia!  (Digo palavras-imagens, pois não há outra expressão que os alie em tal harmonia quanto essa. Quase tanto quanto uma História em Quadrinhos.) Logo, se a palavra vira verso, e a sua imagem é, de fato, bela, teríamos mesmo que nos restringir ao que uma fórmula alheia propõe? “Condenável” não é uma obra anulada em sua comercialidade! É um passeio reflexivo a um mundo onde o horror ganha forma de sarau, e a paisagem põe uma máscara claro-escura de lápis, com texturas oscilantes!

      Baseada nos últimos dias da vida de um fazendeiro alemão do século XVI, a narrativa traz uma investigação sobre o único fato, relativo a ele, que o impediu de ser um camponês qualquer: O de que ele foi preso e morto por ser um Lobisomem! A coisa não pára aí, apenas começa! Anos depois, nossa louca jornada nos conduz ao interior do Estado do Rio Grande do Norte, e será em Macaíba,(sim, por que não?) que o derradeiro mistério, remanescente quanto a esse homem, virá enfim à tona! Paganismo, conflitos religiosos e a busca do ser humano por totalidade em sua crença, se juntam ao jogo de texto e arte visual que a obra nos apresenta!





       É óbvio que sou suspeito em lhe falar. Eu sou o autor. Todavia, levemos em conta que o Sol é muito mais bem definido por aqueles que se queimaram dele, do que pelos que o evitaram. Eu sou um autor absolutamente apaixonado pelo universo que divido com minha equipe e colaboradores. Estou cego pelo Sol, e só assim posso dizer que sua luz é terrível, é abrasadora, e me fez ver “outra coisa”! Preciso falar dessa revelação ou enlouquecerei. A mudez não é mais opção! Os tempos são outros! Vamos ler nossos autores, dizem que eles têm voz!


Postado por Janne Santos


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